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quinta-feira, 11 de junho de 2020

Conhecendo de verdade e amando meu pai - Parte I

Olá! Atualmente, tenho 25 anos. Porém, desde pequenininho eu sabia que era diferente de outros meninos, pois não conseguia me misturar com eles. Acabei crescendo tímido, um típico "piá de prédio", como chamamos aqui no Paraná. Isso a princípio era totalmente justificável, pois meu pai, Raul, se separou de minha mãe, Gabriela, quando eu tinha apenas 3 anos. Lembro vagamente da única figura masculina que havia dentro de casa, discutindo com minha mãe... Também lembro dele e um monte de malas na sala, se despedindo de mim, muito emocionado. Minha mãe não quis se casar de novo, e conforme eu ia crescendo, ia entendendo que o que havia acontecido entre meu pai e ela devia ser realmente grave, pois ela nunca falava dele, e ele, apesar de mandar uma generosa quantia de dinheiro por mês, me ligava somente em datas como Natal e meu aniversário. Nossas conversas eram meio desajeitadas, mas muito carinhosas.

Ah, me chamo José Fernando. Sempre odiei ter um nome de galã de novela mexicana, apesar de adorar Maria do Bairro e A Usurpadora e suspirar pelos atores latinos gostosos que atuam nelas. Quando completei 11 anos e fui aprendendo o que era tesão, além de ficar admirando atores, passei a gostar dos meu colegas mais velhos do colégio... Passei a gostar de futebol, o que facilitava o contato com eles.

Quando completei 15 anos e entrei no colegial, tive a grata surpresa do meu pai reaparecer na minha cidade e vir me visitar. Foi uma cena inesperada e um tanto constrangedora, bem na hora do almoço, antes deu ir pra escola, como era de costume. A campainha tocou, abri a porta, e dei de cara com meu pai. Não sabia nem como reagir.

Nos abraçamos apertado, sem saber se ríamos ou se chorávamos... Ele dizia o quanto tinha sentido minha falta, e eu respondia que tinha sentido muito a dele também.

- Como meu piá cresceu!

Dei uma risada gostosa e espontânea ouvindo isso... Sempre ouvia outros meninos serem tratados por "piá" pelo seus pais, e eu nunca. Quando minha mãe notou o acontecia e veio até a sala, ficou visivelmente irritada:

- Como que você aparece e nem me avisa antes?

- Eu quis fazer uma surpresa Gabi. - respondeu meu pai, sem se deixar intimar.

- Ah tá... Sua especialidade.

Nessa época, não entendi porque ela disse isso. Eu fiquei meio assustado, com medo deles brigarem feio, como faziam antigamente.

- Eu tenho o direito de voltar a conviver com o meu filho, Gabriela!

Minha mãe estava incoformada com a situação, mas se segurou:

- Depois a gente conversa, Raul. O Zé precisa tomar banho, almoçar e ir pra escola...

- Claro... - respondeu meu pai, bem compreensivo - Vai lá piá!

- Fica pra almoçar pai.

Minha mãe fechou os olhos, respirou fundo... e concordou com meu convite. Como vocês podem notar, sou do tipo que não fala muito, mas quando fala, é pra quebrar as pernas de alguém! Tomei banho e me arrumei rápido. Parecia mentira que meu pai estava ali. "Eu tenho o direito de voltar a conviver com meu filho, Gabriela!" Será que agora ele ia me vistar sempre? Papai morava numa cidade do outro lado do estado, a uns 300km da nossa. Sempre foi engenheiro civil e muito ocupado, outro motivo pra não nos vermos nunca.

Almoçamos os três juntos. Minha mãe não estava nada a vontade, mas se esforçava para me agradar. Papai ria e contava coisas do trabalho e da fazenda que tinha acabado de comprar. Eu o observava cheio de interesse e sorria com suas histórias. Na hora da despedida, dei um abraço apertado e demorado nele... Beijei seu rosto - nessa ocasião, com barba por fazer - e ele retribuiu, um pouco emocionado. Lembro bem que nesse dia mal consegui prestar atenção na aula! Eu ficava pensando como era bom voltar a ver meu pai, no quanto pessoalmente ele era legal, inteligente, engraçado... bonito.

O tempo foi passando, e agora meu pai me visitava com frequência, e além de uma pessoa presente, era bem generoso. Sempre me dava coisas, que iam desde livros até futilidades, de bolas pro futebol à viagens. Pena que nessa época, nunca viajamos juntos.

Passei a ficar com garotas, mais por medo de me aventurar com caras, que por qualquer outro motivo. Meu primeiro beijo foi com um amiga e minha primeira vez, como uma namoradinha que tive aos 16 anos. Me chamava a atenção que meu pai nunca me perguntava sobre minha vida afetiva, esperava sempre que eu contasse algo.

- E tem certeza que dessa garota você gosta mesmo? - me questionava, sempre que eu trocava de ficante. Minha falta de entusiasmo com garotas era assim, tão transparente? Ou meu pai entendia o que se passava? Deixei essa questão de lado por um tempo, dando sempre respostas vagas.

Quando completei 18 anos, fiquei um tempo sem ver meu pai. Ele estava com um projeto de condomínios fechados que estava consumindo-o totalmente.

- Preciso de férias tanto quanto você, Fer! - dizia ele em seus e-mails. Eu tratava de ser compreensivo.

2007 era um ano de mudanças pra mim. Eu estava com 1,77 de altura, magro, mas com uma corpo legal. Pernas bonitas e cheias de pêlos castanhos claros, no mesmo tom que o meu cabelo e meus olhos. 17cm de pica que, até então, só havia usado com garotas, e uma bundinha redondinha, gostosa, com uns pelinhos ralos nas nádegas e no rabo. Enfim, eu estava me achando uma delicinha e estava morrendo de vontade de perder minha virgindade com caras. Quase marquei um encontro com um garoto da minha turma, porém ele viajou pro exterior e não pode participar da nossa formatura.

No dia da colação de grau, eu estava bem nervoso, pois meu pai não dava notícias, e eu não conseguia falar com ele no celular.

- Ele vai aparecer, José... - dizia minha mãe, nervosa com a formatura.

Quando a cerimônia já estava começando, vi meu pai surgir na porta do auditório do colégio. Meu coração disparou e devo ter ficado com um sorriso de orelha a orelha! Ele não me decepcionou e estava ali, me assistindo emocionado.

Acabou a formatura e as formalidades de tirar milhares de fotos, então finalmente pude abraçar meu paizão:

- Que bom que você veio, pai!

- E você acha que eu não viria? Meu piázão!

Bom, não sei se era o calor, a emoção, ou minha inexperiência com homens, mas naquele abraço, passei a notar no quanto papai era interessante como homem... 1,90 de altura, fortão, sem barriga, peito e pernas fortes, branco bronzeado, cabelos lisos, escuros e curtos, barba desenhada. Tinha 45 anos de idade, mas parecia ter menos. "Que loucura, ele é meu pai!", pensei comigo e resolvi focar na festa da formatura. Comi e me diverti muito ao lado de amigos e familiares... Até que meu pai me deu um banho de água fria: me contou que estava namorando com uma mulher divorciada e sem filhos.

- Já entendi porque você sumiu esse ano. - comentei sarcasticamente, pra ofender mesmo.

- Não seja injusto, José Fernando! - respondeu ele, num misto de tristeza com aspereza paterna.

Ele tentou me explicar que ela também tinha sofrido com a ausência dele por um tempo, mas que foi compreensiva, o que o convenceu a pedí-la em namoro sério. Minha tão sonhada cerimônia de formatura acabou com um gosto amargo. Fiquei muito incomodado com aquela ideia, e nem eu mesmo sabia o porquê! Já minha mãe, soltou umas indiretas, dizendo que não acreditava que desse certo. Porém, ela disse que eu não deveria me preocupar, que ele saberia dividir as coisas. Ela também estava de rolo com um coroa viúvo, e eu não me incomodava nem um pouco. Ao contrário, a apoiava e achava que já era mais que hora dela refazer sua vida.

No dia seguinte, papai apareceu em casa, e tivemos uma conversa séria em meu quarto. Novamente, ele explicou a situação pra mim e me chamou pra passar as férias na casa dele. Ele também estava de férias e sua namorada, passaria uns dias lá, onde teríamos a chance de nos conhecer, conviver.

- Por favor, Fernando! A última coisa que eu faria no mundo é algo que te magoasse.

Nesse momento, olhei profundamente nos olhos do meu pai... O que era aquele homem enorme, quase chorando, me pedindo pra tentar compreendê-lo? Por alguns segundos, fiquei feito um idiota, admirando sua face máscula, seu olhar comovente...

- Tá, papai. Eu aceito ir pra sua casa e conhecer sua namorada. - respondi trêmulo. Nos abraçamos apertado, como no dia em que nos reencontramos, com a diferença que agora eu me sentia totalmente perturbado com aquele contato. Que diabos estava acontecendo comigo? Gostar de homens já era algo bem confuso e reprimido pra mim. Se sentir atraído pelo meu pai então, parecia algo muito errado... um sacrilégio!

Meus pais combinaram os detalhes da minha viagem e eu apenas tratei de fazer minhas malas, fugindo daqueles pensamentos tão estranhos. Passados alguns dias, partimos pra cidade onde papai vivia. Fui muito bem tratado em seu apartamento. Matilde, sua namorada, uma mulher de uns 36 anos, muito bonita por sinal, foi muito legal comigo, o que me deixou mais a vontade com aquela situação. Nós três jantamos e então fui tomar um banho, pra poder desfazer minhas malas mais tranquilo e descansado. Ao sair do banheiro, dei de cara com meu pai, só de bermuda e toalha no ombro. Não sabia pra onde olhar! Seu peitoral, além de forte, era coberto de pelos negros, lisos, bonitos. Sua barriga era enxuta, também com pelos, e suas pernas eram lindas, peludas na medida certa.

- Tudo certo? Conseguiu se acertar com o chuveiro?

- Sim, sim! - respondi nervoso, saindo dali o mais depressa possível, tentando evitar que ele percebe-se meu nervosismo e minha inevitável ereção.

Foram dias complicados. Quase uma semana tendo que me habituar a uma cidade que não conhecia, insuportavelmente quente, chuvosa... e com meu pai desfilando a todo momento, sem camisa, por um apartamento que não era lá muito espaçoso, apesar de confortável. Eu adorar os passeios em shoppings e alguns pontos turísticos que ali existiam, porém sempre que acabava prestando atenção em meu pai, aquela perturbação voltava. Tudo bem eu gostar de homens, tudo bem eu me interessar por caras mais velhos. Mas tinha que ser um de 45 anos? Peludo? E justamente meu pai? Ok que aquele coroa estava muito melhor que vários depilados de 20 ou 30 e poucos anos, mas era meu pai caramba! Acho que em alguns momentos ficava evidente que eu estava incomodado com algo. Tanto ele quanto a Matilde questionavam porque eu ficava sério, distante, se era saudades da minha mãe. Eu dizia que era.

O final de semana chegou e meu pai anunciou que nos levaria pra sua fazenda, pra passar uns 15 dias. Concordei no ato! Andar a cavalo, pegar uma cachoeira, fazer trilha. Eram coisas com as quais eu não tinha contato e com certeza me ajudariam a tirar da cabeça o meu pai. Meu paizão gostoso! Racionalmente, termos como esse me indignavam, mas na hora de me dar prazer batendo punheta, era isso que eu dizia, gemendo baixo de tesão: meu paizão! meu gostoso! E gozava fartamente, imaginando estar acariciando aquele corpão tão masculino.

Sábado de manhã, pegamos a pick-up do papai e fomos pra fazenda! Que ar puro se respirava naquele lugar... Era uma propriedade e tanto. Um enorme casarão era a sede do lugar. Lá, ajeitamos nossas coisas e tratei de sair andar, pra conhecer o lugar, sendo guiado por um dos funcionários do meu pai, um senhor bem querido, de uns 60 anos. Eu admirava o gado, as plantações, a organização da fazenda.

Voltei pro casarão na hora do almoço, uma refeição farta preparada pela simpática cozinheira do lugar, com ajuda de Matilde. Foi um dia gostoso, tranquilo e dormi mais relaxado aquela noite. No domingo, após o café da manhã, meu pai me chamou pra "bater uma bola". Quis evitar, mas ele insistiu:

- Vamos lá, só nós dois!

Óh Deus, que tortura...

- Ora, você não gosta tanto de jogar bola?

Achei aquela observação curiosa, pois dava a entender que só eu gostava. Nunca tinha me ligado, mas meu pai não era muito chegado em futebol. Enfim, aceitei. Lá fomos nós, no gramado ao lado do casarão, "bater uma bola". Sacanagens à parte, foi um momento gostoso. Depois disso, meu comportamento com meu pai foi mudando. Com o passar dos dias, fomos nos tornando mais próximos, mais companheiros. Andávamos à cavalo juntos, comíamos frutas colhidas ali mesmo e conversávamos. Ele me questionava se eu estava satisfeito com o cursinho pré-vestibular que ele e minha mãe haviam escolhido pra mim e dizia que me daria uma viagem pro exterior de presente se eu passasse de primeira no vestibular.

- Eu vou cobrar hein, pai!

- Pode cobrar! O que eu mais quero é ver você na faculdade... ver você feliz.

A sinceridade naquelas palavras eram evidentes. Meu pai me amava... e muito. E eu retribuía aquele sentimento com desejos insanos! Bom, já não eram tão insanos. Em minhas fantasias, meu pai surgia carinhoso, dizendo que gostava de mim. Era como se não fôssemos necessariamente pai e filho no meu imaginário. Eu o amava como homem e ele me satisfazia com suas carícias, beijos de língua. Ele sempre era o ativo. Já não me sentia mais tão culpado por gozar pensando no meu progenitor. O outro final de semana se aproximava e na quinta, meu pai me chamou pra tomar banho de cachoeira. Eu não estava nem um pouco afim de ver a Matilde e ele em trajes de banho, trocando carícias e mimimis na cachoeira da fazenda, como da última vez.

- Ah, de novo? Não tô afim pai. - respondi seco e decidido.

- Mas vamos em outra, Fernando! Pegamos a pick-up, lá por umas 3 da tarde e pegamos a estrada de terra! É linda e bem sossegada... Só é um pouco longe.

- Um pouco? - disse Matilde, irônica - É bem longe, Raul. Eu não vou!

- Ah! - resmungou papai, contrariado - Bora, filho? Só nós então.

Aí mudou de figura! Só papai e eu... Bem tranquilos, refrescando o calor infernal que fazia naquele lugar. Topei, um tanto quanto excitado com a ideia de tomar banho de cachoeira sozinho com meu paizão. Confesso que fiquei até um pouco ansioso. Era quinta de tarde, e pegamos a pick-up como o combinado. O termômetro do veículo acusava 34°!

- Como tá abafado! - dizia papai de regata, com seus brações à mostra, dirigindo rapidamente por aquela estrada de terra.

Eu suava, admirava a paisagem e concordava com ele. Demorou uns 40 minutos, mas chegamos no lugar. Realmente, a cachoeira era grande, linda! Cercada de pedras, dava num rio que desaparecia mata adentro. Não havia ninguém no local e logo, estávamos nós dois de sunga, dentro daquela água deliciosa... Brincávamos, jogávamos água um no outro, ríamos. Papai parecia tão à vontade... Sorria de um jeito que eu nunca havia visto, nem mesmo quando estava junto com Matilde. O tempo continuava abafado, e umas nuvens escuras começaram a se formar de um lado do céu.

- Acho que vai chover. - comentei.

- Acho que não... Daqui a pouco passa! - respondeu papai, sendo otismista. - Vamos sentar nessas pedras um pouco?

- Vamos.

Sentamos, nos estendendo relaxadamente, cada um numa pedra, à beira do rio. O sol batia no meu pai, fazendo-o parecer mais lindo e atraente. Estava sempre com o olho direito fechado, pelos fortes reflexos. Cena inesquecível! Indaguei:

- Você gosta mesmo da Matilde, papai?

A surpresa causada pela minha pergunta foi evidente no rosto de meu pai. Meio que gaguejando, ele perguntou:

- Por que essa... essa pergunta agora, Fer?

- Sei lá - insisti - você é meu pai, quero saber se você tá feliz...

Enrolei na resposta, apesar de não ser mentira o que disse. Meio perturbado, meio pensativo, papai então explicou:

- Não é questão de gostar, Fernando... É questão de querer algo real, sabe? Estável.

- Bom, saber, saber, eu não sei, nunca namorei sério. - respondi rindo.

Papai também riu e falou:

- Então... Você é muito novo pra entender. Tem coisas que a gente procura a vida toda e parece que nunca encontra. Coisas que a gente procura de várias formas aliás...

Ele disse isso meio enigmático, olhando pras águas do rio... "De várias formas"? Em questão de segundos as mais bizarras conclusões passaram pela minha cabeça. O que papai queria dizer com aquilo? A separação com a mamãe, o ressentimento que ela tinha por ele, as indiretas que ela dava à vezes, a falta de interesse por futebol, a busca de uma suposta estabilidade com a Matilde... Será que juntando essas peças soltas, eu descobriria um pai que também gostava de homens? Doidera! Rapidamente, falei o seguinte pensamento para ele:

- Talvez o erro seja procurar.

Papai me olhou com a maior cara de interrogação. Minha intenção era despertar dúvidas nele e pelo visto eu tinha conseguido.

CONTINUA...

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