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domingo, 3 de março de 2013

O ELETRICISTA INICIANTE

O ELETRECISTA INICIANTE
Depois de me aposentar de uma labuta de várias décadas de trabalho extenuante, duro e repleto de torrentes de vaidades, com ainda muitos anos pela frente, se permitido pela tal renovação de valores, decidi duas coisas: ter animal doméstico e ajustar meu apartamento para o meu gosto pessoal. O trabalho como técnico e executivo de informática de multinacional devoradora, construindo carreira, não me dava tempo para pequenos prazeres.
O animal foi escolhido dentre os mais rebeldes, raivosos, traiçoeiros: um Sharpei fêmea. Não ia querer um babão. Queria rebeldia, com personalidade, mas domável. Primeira experiência com um bichinho desses.
Um amigo arquiteto fez a parte do ajuste de minha morada que, hoje, “sofisticadamente”, conseguiria dizer Lar Doce Lar. Com vista eterna para o mar, entre dois grandes edifícios, foi planejado a meu desejo: simples, sóbrio, atual e confortável. O som das ondas, e a brisa do mar preservada. Projeto aprovado, ideias postas em prática, reforma em pleno vapor, tudo se montava como meu sonho. A reforma transcorreu comigo e minha dog rebelde vivendo nele. Pedreiros, encanadores, pó e sujeira, minha vida em curso: um sofrimento. Sobravam os retoques de acabamento, móveis e etc. 
Uma dupla de eletricistas foi chamada, um senhor de seus 60 anos (preservo estes valores de idade), que era o responsável, e um jovem, de seus 23 anos, moreno, iniciante na profissão, mas muito cônscio de seus deveres. Como levavam duas obras ao mesmo tempo muitas vezes ficava apenas o jovem para o serviço. O tipo do jovem sempre me cativou: magro, forte, músculos nos lugares, rosto bonito. Nesse jovem algumas coisas me faziam delirar e devanear: olhos amendoados, lábios carnudos e, mesmo naquelas roupas de serviço – meio que esfarrapadas - um volume considerável. Pegava-me olhando-o no todo, ele às vezes percebia, eu desvia a atenção.
No final dessa fase ficava apenas o jovem puxando fios, instalando tomadas e luminárias, etc. Ao final da tarde, seu Carlos, o responsável, chegava para a revisão do dia. Eram a hora do café forte, biscoitos, bons papos, hora do recreio, trocas de informações pessoais, piadas, risos e olhares. Passei a perceber que Moraes, o jovem, já tinha olhares mais amigáveis comigo. Às vezes sedutores. Eu, com receio de me entregar, ficava na minha. Ele, na dele.
Num sábado havia uma tarefa extra leve a ser feita Moraes veio só. Chegou logo às 8 da manhã. Sua roupa já não era os farrapos dos dias de serviço pesado. Era uma bermuda bem cortada, meio justa, limpa e elegante e um volume sem deixar dúvidas: excitante pra caralho. Um tênis simples, porém limpo, alvo. E uma regata bem cavada, justa, insinuando o corpo torneado que havia por ali. Meus olhos, surpresos, não esconderam o desejo há tanto alimentado. E o sorriso dele, safado, dizia: vim assim por encomenda. 
No meio da manhã preparei um lanche, café, suco sanduiche, e coloquei na bancada oposta à pia. Chamei-o para a refeição, cheio de desejo. Ele veio e disse:
- Puxa, seu Mário, eu todo sujo, não posso me servir sem me lavar.
- Por que você não toma um banho? Vá tomar um banho rápido! Te levo uma toalha.
- Seria gostoso, respondeu olhando firme em meus olhos.
- Pois vá! Te levo a toalha. E o encaminhei gentilmente ao banheiro principal.
Entrou no box, ligou a ducha gostosa, e se colocou embaixo dela, completamente nu. Deixou a porta do banheiro apenas encostada. O armário que guarda as toalhas fica dentro do banheiro. Bati na porta e disse precisar entrar para pegá-la. Ele concordou. De toalha nas mãos, ao ver aquele corpo talhado, moreno e gostoso, coberto de sabonete, pau meio volume, maravilhou minha visão e não consegui esconder. Meu pau já não se escondia na bermuda justa que usava. Ele percebeu sem disfarces. O sorriso era de pura sacanagem. Enlouqueci.
Pendurei a toalha num suporte sem tirar os olhos daquele pau monumental.
- Tome seu banho à vontade que espero por aqui.
- Pode esperar, respondeu numa voz grossa e gutural.
Fui para o quarto ao lado e deitei na cama cheio de excitação, tesão mesmo: seria hoje.
Entre o banheiro e a cama há um corredor pequeno. E foi justamente nesse vão, entre paredes e cama, que surge Moraes, toalha enrolada na cintura, acabando de enxugar os cabelos. A cabeça do monumento aparecia todas as vezes que enxugava a cabeça.
- Sabe, seu Mário, que seus olhos são brilhantes? Disse e se aproximou deixando a vista o volume que a toalha escondia. 
- É! O sol está forte e reflete em meus olhos.
- São verdes, não é? E já quase colado na cama. Parece que o senhor está com tesão! 
Estendeu a mão e alisou meu pau intumescido, coberto pela bermuda e a cueca já com o semen. De pé ao meu lado na cama, enrolado na toalha branca úmida, sem deixar de alisar meu pau, encostou aqueles lábios carnudos em minha boca, forçou a entrada da língua e me deu um beijo ardente. Meus desejos, à flor da pele, puxaram aquela toalha e, dele, saltou aquele membro já duro e cheio de vontade. Suave e tranquilo como um beija-flor colhendo pólen deitou seu corpo sobre o meu, colheu o que restava de desejo na minha boca. Com gestos cheios de carinho retirou a bermuda que nos dividia me deixando apenas de cueca. 
O odor de seu corpo sobre mim, banho recém-tomado, refletia um desejo construído há tempos. Um amante experiente e meigo olhava diretamente nos meus olhos.
-Brilhantes e cheios de desejo, seu Mario!
Desceu meu corpo com a língua, pelo pescoço, atrás da nuca, pelos meus mamilos que reagiam sensíveis a tudo que estava por vir. Meu corpo fervia de prazer, dominado. Desceu pelo meu umbigo, forçando reação natural de prazer em meu corpo todo arrepiado. Beijou meu pau sobre a cueca, pôs de lado, e encaixou aquela boca quente e macia na cabeça, ali ficando apenas para saborear o que o canal seminal produzia. Sem qualquer sinal enviou meu pau todo na boca. Subia e descia com volúpia. Eu acariciava aqueles cabelos crespos, olhos virados de prazer, empurrava sua boca tão suave como eram todos os seus movimentos. 
Minha cueca já havia desaparecido. Era corpo no corpo. Cheiro de macho, sexo, prazer. Não havia perversão. Os movimentos eram leves como plumas de ganso. Subiu seu corpo me dando outro daqueles beijos enlouquecedores, esfregando seu pau no meu. Nunca havia sentido tanto prazer. Abriu minhas pernas e se colocou no meio do meu corpo e, num movimento estranhamente natural, sentia a cabeça na porta do meu cuzinho.
Era uma loucura o que aquele jovem eletricista sabia dominar cada ponto de desejo, sem romper a continuidade do prazer.
Sentou no meu corpo, encaixando seu rego ao meu membro, levantou devagar e colocou-me para chupá-lo. Parecia que a cabeça tinha sabor de mel, o sêmen sabor de macho, o vai e vem uma massagem de luxúria. Acariciava meus cabelos grisalhos com suavidade. Não forçava nada. A posição estudadamente confortável para eu lhe dar o que queria: excitação.
Percebi depois que eu não tinha mais controle de meus atos. Ele dirigia, comandava. Não dominava. A cama de casal, larga e confortável, se transformou num sonho de prazer. Aos poucos me colocou de lado, e com os dedos umedecidos de saliva, explorava meu anelzinho, sem deixar um milímetro de espaço entre nossos corpos. Eu amava aquilo, meus olhos brilhavam de excitação, e ele dizia:
- Brilhantes, mas agora profundos.
Meu pau rígido entre sua pernas grossas davam o prazer que era preciso naquele momento.
- Seus olhos são negros e profundos como um poço para o infinito. Um buraco negro galáctico. Esse prazer todo vai criar novos caminhos em mim. Disse eu completamente dominado por aquele macho.
- Você me deixar ir mais adiante?
Minha resposta foi um beijo mais profundo do que os dele. E ele foi.
Colocou minhas pernas sobre seus ombros, abriu bem, e me deu um banho de língua maravilhoso. Esse eletricista insaciável sugou, chupou, preparou sem perder de vista meu prazer. Suas mãos grossas, agora suaves dominadas pelo sexo, percorriam meu corpo todo em toque que só aumentavam meu prazer. Do criado mudo ao lado peguei camisinha e gel e entreguei a ele. Entregou a camisinha para mim e disse, delicadamente:
- Você pode encaixar com sua boca? 
Enquanto eu fazia isso ele dominou o gel, espalhando bem fundo em meu cuzinho e depois em todo o seu pau coberto.
- Vem, Moraes, invade esse meu corpo como você preparou. Põe fundo e me faz delirar. Quero fazer cada momento desse ato um caminho novo para mim.
- Você é inteligente. Aprende rápido. Vou, sim, tornar inesquecível para nós dois.
Eu já estava tão relaxado com a sessão pré que desejava o pós. O pólen colhido antes tomou conta daquela cabeça que eu tanto desejava. 
Dirigiu para a entrada com uma maestria que eu, mesmo possuído pelo desejo, identifiquei em cada passo. Foi uma entrada tão amorosa como aquele brilho dos olhos negros; aquela hipnose cultivada nos olhos brilhantes. Uma penetração contínua e profunda, um vaie vem que preenchia todo o meu corpo. Tirava até a cabeça e enfiava até aquelas bolas do saco já amado batendo em minha bunda. Meu cuzinho piscava constantemente presenteando aquele pau por tudo que aquele macho fez antes.
- Nossa, mordendo assim eu vou gozar logo!
- Não. Sinta todo o prazer que estou te dando antes. Vamos gozar juntos.
E ele suavizava as investidas.
Foi muito tempo desse prazer mútuo. Não medimos no relógio. As trocas de olhares negros e brilhantes ditaram o ritmo. Que momentos maravilhosos. Um sonho que não devia ter fim.
Num passe de mágica começamos a resfolegar juntos, a contrair, a deixar aquele prazer tão soberbamente construído chegar. Gozamos juntos.
Nos largamos naquela cama como dois nababos. Deitei no peito dele e o beijei. Deitou no meu peito e beijou.
Depois de um banho cheio de carícias e sem mais necessidades, voltamos para a cama para descansar.
Passado um tempo o sino da realidade toca: E O SERVIÇO A FAZER?
E a última confidência: Moraes é filho de Carlos.

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